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Câmara do Rio discute criação de sistema digital para substituir flanelinhas nas vagas de rua

Câmara do Rio discute criação de sistema digital para substituir flanelinhas nas vagas de rua A Câmara de Vereadores do Rio voltou a discutir um projeto de ...

Câmara do Rio discute criação de sistema digital para substituir flanelinhas nas vagas de rua
Câmara do Rio discute criação de sistema digital para substituir flanelinhas nas vagas de rua (Foto: Reprodução)

Câmara do Rio discute criação de sistema digital para substituir flanelinhas nas vagas de rua A Câmara de Vereadores do Rio voltou a discutir um projeto de lei que propõe a criação de um sistema digital para o estacionamento nas ruas da cidade. A medida pretende substituir a cobrança feita por flanelinhas por um modelo regulamentado e eletrônico, com pagamento via aplicativo, parquímetro ou reconhecimento de placas. O projeto busca evitar abusos nas cobranças. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias do RJ em tempo real e de graça Um dos autores do projeto, o vereador Pedro Duarte fez uma fiscalização nas ruas nas últimas semanas e encontrou guardadores cobrando até R$ 40 por uma vaga na rua. Sistemas digitais de estacionamento já existem em outras cidades do estado como Búzios e Cabo Frio, na Região dos Lagos, em Petrópolis, na Região Serrana, além de São Paulo. O projeto prevê que a prefeitura contrate uma empresa, por meio de licitação pública, para fazer a gestão das vagas na cidade. Nesta terça-feira (14), os vereadores apresentaram um texto substitutivo que prevê a contratação de pessoas para verificar se os carros estacionados fizeram o pagamento digital e ainda dar a possibilidade de os motoristas pagarem fisicamente. Antes, o texto não previa a contração desses fiscais. Na nova redação, foi incluído que a prefeitura deverá dar preferência para contratar fiscais filiados ao Sindicato dos Guardadores de Automóveis do Rio. Mas os próprios autores da lei divergem. “Eu acho que o que acontece hoje é uma máfia de flanelinhas. Com exceções, hoje tem máfia de loteamento das vagas”, diz a vereadora Talita Galhardo (PSDB). “Hoje, se for escolher entre ter ou não ter, opto por não ter por que cobram o valor que querem, não respeitam regras, e a população de bem, que fica mal e com medo”, acrescentou. Guardadores no Rio Reprodução/TV Globo O vereador Marcelo Diniz (PSD) diz que os próprios guardadores devem ter preferência para trabalhar. Alexandre Bezerra é guardador há 28 anos na Gávea, na Zona Sul do Rio. Ele faz a cobrança com talão, que tem o valor de R$ 2 há quase 20 anos. “Tem 2 mil [guardadores], 99% vão ficar desempregados. Nossa categoria vai ficar aborrecida por esse motivo.” O projeto em discussão pretende criar diferentes valores para a cobrança do estacionamento. A decisão do preço será da prefeitura, mas a lei quer estabelecer faixas de acordo com a localização das vagas. O preço do Centro e da Zona Norte, por exemplo, seria diferente do cobrado na orla e na Zona Sul. “Nós temos na cidade um valor que funciona, se você parar no Méier ou se você parar na praia, se parar na segunda ou no sábado. É importante que valores façam sentido, que as áreas com mais demanda tenham um valor maior, e que as áreas do dia a dia de bairro de comércio tenham um valor menor. Essa orientação é fundamental”, orienta o vereador Pedro Duarte (Novo). Vagas no Rio Reprodução/TV Globo Outras tentativas de reorganização Essa não é a primeira tentativa de reorganizar a cobrança por vagas nas ruas do Rio. Em 2008, a prefeitura licitou um serviço de guardadores de carros na Zona Sul da cidade. A empresa Embrapark foi a vencedora, mas o sistema nunca funcionou como planejado. Os guardadores regularizados sofriam com a violência dos informais, e tinham restrições de horários de atuação, o que prejudicou o serviço. O contrato foi rompido. Em 2016, a prefeitura chegou a lançar uma licitação para regularizar 37 mil vagas pela cidade, mas o projeto, que já previa a instalação de parquímetros, também não saiu do papel. Quem precisa estacionar o carro nas ruas da cidade quer mais organização e segurança. “Acho que se for uma coisa melhor do que o flanelinha, acho que é uma coisa justa, porque você num lugar é R$ 2, o outro é R$ 5, o outro é R$ 20, o outro é R$ 100. Ninguém sabe o certo pra você pagar”, fala o taxista Milton Moreno. Para a engenheira Alice Reis a regularização por meio de um aplicativo seria uma boa opção por ser mais prática. Já Vicente Werneck disse que os guardadores ajudam a resguardar os veículos. Vagas no Rio Reprodução/TV Globo O que diz a Prefeitura do Rio A Prefeitura do Rio disse que o estacionamento em áreas públicas municipais abertas é regido pelo sistema Rio Rotativo e que atualmente o sistema conta com cerca de 32 mil vagas. Sobre a quantidade de flanelinhas, a prefeitura disse que não possui vínculo empregatício com os guardadores de veículos. Questionada sobre a proposta em discussão na Câmara de Vereadores, a Prefeitura do Rio não respondeu.