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Cultura e música amazônica usam bioinstrumentos para defender floresta na COP30

Com 43 anos dedicados à poesia, à música e à valorização da identidade amazônida, Celdo Braga participa da expedição levando declamações, apresentaç...

Cultura e música amazônica usam bioinstrumentos para defender floresta na COP30
Cultura e música amazônica usam bioinstrumentos para defender floresta na COP30 (Foto: Reprodução)

Com 43 anos dedicados à poesia, à música e à valorização da identidade amazônida, Celdo Braga participa da expedição levando declamações, apresentações e também os chamados bioinstrumentos. Patrick Marques/g1Amazonas A arte e a música se tornaram uma das principais formas de expressão da Amazônia na COP30, mostrando a riqueza cultural e a importância da preservação da floresta. Poesia, canções e ilustrações conectaram histórias, identidades e vozes da região à discussão global sobre mudanças climáticas e proteção ambiental. Entre os artistas que deram voz e forma à Amazônia estiveram o poeta e músico Celdo Braga, o acordeonista Éder do Acordeon e o cartunista Rogério Mascarenhas, o Romas, que marcaram a participação da região com poesia, música e desenho. Poesia e bioinstrumentos que reverberam a floresta Com 43 anos dedicados à poesia, à música e à valorização da identidade amazônida, Celdo Braga participou levando declamações, performances musicais e os bioinstrumentos, criados a partir de sementes, cascas e materiais naturais da floresta. “Eu estava bastante à vontade, porque venho, há muitos anos, desenvolvendo um trabalho voltado para que a natureza seja preservada e a vida seja respeitada. Então, em um evento como este, meu trabalho encontrou ressonância”, afirmou. 📲 Participe do canal do g1 AM no WhatsApp O projeto de bioinstrumentos já contava com 60 instrumentos catalogados, feitos com frutos e fibras amazônicas, como caroço de tucumã e casca de cupuaçu, e integrou a plataforma internacional The Amazonic, considerada a primeira biblioteca de sons amazônicos do mundo. “O projeto tinha oito anos e já havia frutificado em muitos lugares. No final de novembro, lancei um livro reunindo esses 60 instrumentos, como referência simbólica para o estado e para a narrativa de que a floresta vive, soa e respira”, explicou Celdo. Celdo explica que o projeto dos bioinstrumentos já conta com 60 instrumentos catalogados, todos feitos a partir de frutos e fibras amazônicas, como caroço de tucumã e casca de cupuaçu. Patrick Marques/g1Amazonas Música que chama a Amazônia pelo nome Natural do Juruá, Éder do Acordeon usou a música para chamar atenção para a preservação, com apresentações que envolveram o público e transformaram perguntas em refrão: “Vocês vão sujar a água? Vocês vão fazer queimada?” “Eu não!” — respondeu a delegação. “Se você fizer queimada, vai aumentar a poluição”, disse o músico iniciando a canção. “Cantei pela Amazônia, mas também para o mundo inteiro. O que acontece aqui muda o clima do planeta. A música ajudou a tocar o coração de quem ainda não entendeu isso”, finalizou. O Banzeiro da Esperança segue pelas águas do rio Amazonas rumo à COP 30 em Belém Desenho como registro vivo da Amazônia Enquanto os debates aconteciam, o cartunista Romas registrou cenas, falas e gestos em ilustrações que se tornaram um diário visual da cultura e da biodiversidade amazônica. “Foi uma responsabilidade representar o Norte neste espaço. Emprestei minha arte para contar o que estava sendo vivido e aprendi com as histórias de quem vive a floresta todos os dias”, afirmou. As ilustrações compuseram um conjunto de materiais visuais que traduziram a vida na floresta e suas narrativas. Natural de Parintins e roteirista da Turma da Mônica há 14 anos, Rogério Mascarenhas afirma que representar a Amazônia por meio do desenho é também um compromisso de identidade: Patrick Marques/g1Amazonas Arte como parte da Carta da Amazônia As expressões artísticas ajudaram a formular a Carta da Amazônia, documento que foi apresentado à comunidade internacional durante a COP30, conectando histórias, identidades e vozes da floresta ao debate global sobre preservação e sustentabilidade. Banzeiro da Esperança navega pelo Amazonas com 200 pessoas rumo à COP30