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Índice de brasileiros que vivem na pobreza e na extrema pobreza atinge o menor nível em 12 anos, diz IBGE

O Brasil atingiu os menores índices de pobreza e extrema pobreza em 12 anos O Brasil atingiu os menores índices de pobreza e extrema pobreza, em 12 anos. Aos...

Índice de brasileiros que vivem na pobreza e na extrema pobreza atinge o menor nível em 12 anos, diz IBGE
Índice de brasileiros que vivem na pobreza e na extrema pobreza atinge o menor nível em 12 anos, diz IBGE (Foto: Reprodução)

O Brasil atingiu os menores índices de pobreza e extrema pobreza em 12 anos O Brasil atingiu os menores índices de pobreza e extrema pobreza, em 12 anos. Aos 66 anos, a Silvia Martins de Oliveira tem a cara de um Brasil que está mudando depressa. No intervalo de 12 anos, a população com 60 anos ou mais aumentou 53%. E, assim como ela, que é babá há mais de 30 anos e continua firme no batente, um em cada quatro idosos brasileiros segue trabalhando - um recorde. “A gente humilde não tem muita oportunidade, e meu trabalho me dá oportunidade de ganhar melhor”, diz Silvia. A pesquisa divulgada nesta quarta-feira (3) pelo IBGE traz um retrato das condições socioeconômicas das famílias. Mostra que, entre 2023 e 2024, os níveis de pobreza e extrema pobreza alcançaram o patamar mais baixo já registrado na série histórica. No intervalo de um ano, quase 2 milhões de brasileiros saíram da extrema pobreza; 8,6 milhões deixaram a pobreza. O IBGE destaca a importância dos programas sociais de transferência de renda e da recuperação do mercado de trabalho nesse processo. A distribuição da renda, no entanto, continua sendo um desafio. Apesar do índice que mede a desigualdade ter sido o menor já registrado, na comparação com outros países, a diferença é grande. Em uma lista que reúne as maiores economias do mundo, o Brasil é o segundo mais desigual, atrás apenas da Costa Rica. “A pobreza hoje está majoritariamente concentrada em famílias com crianças. Então, entre as famílias que têm crianças de 0 a 14 anos, 40% delas estão em condição de pobreza. O Brasil precisa urgente repensar como quer distribuir sua riqueza e como quer distribuir a sua renda. Isso passa por decisões estruturais do nosso país”, afirma a economista e professora do Insper Laura Muller Machado. A dinâmica do mercado de trabalho segue marcada pelas desigualdades. Enquanto o rendimento médio dos homens foi de R$ 3.533 em 2024, o das mulheres foi de apenas R$ 2.778. Mas o abismo é ainda maior no recorte feito por cor ou raça, com trabalhadores pretos e pardos ganhando em média quase 66% menos que trabalhadores brancos. E até entre os que têm ensino superior completo, a defasagem é imensa. Mesmo assim, fazer faculdade ainda é o sonho da Silvia. Depois de formar os filhos e a neta, agora ela quer o diploma dela: “Se eu tiver oportunidade daqui para frente de fazer faculdade de gastronomia, eu faço. Plano não acaba: enquanto há vida, há esperança”. Índice de brasileiros que vivem na pobreza e na extrema pobreza atinge o menor nível em 12 anos, diz IBGE Reprodução/TV Globo LEIA TAMBÉM Brasil chega aos menores níveis de pobreza e extrema pobreza da série histórica do IBGE Pobreza e desigualdade atingem menor patamar em 30 anos: 'Bolsa Família expandido é caro, mas dá resultado' Desigualdade em queda no Brasil: o que o país fez e o que ainda falta fazer