Investigação de propina do tráfico, o que faziam as vítimas, protestos e mais: o que se sabe das mortes de três trabalhadores na BA
Funcionários de empresa de internet mortos no Alto do Cabrito são enterrados Três homens, com idades entre 28 e 44 anos, foram encontrados mortos, na noite d...
Funcionários de empresa de internet mortos no Alto do Cabrito são enterrados Três homens, com idades entre 28 e 44 anos, foram encontrados mortos, na noite de terça-feira (17), no bairro do Alto do Cabrito, no Subúrbio de Salvador. As vítimas trabalhavam juntas, em Marechal Rondon, quando foram levadas por criminosos. O bairro é vizinho ao local onde os corpos foram deixados. O caso é apurado pelo Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), sob sigilo. Até a última atualização desta reportagem, ninguém havia sido preso. 📲 Clique aqui e entre no grupo do WhatsApp do g1 Bahia Veja abaixo o que se sabe sobre o caso: Quem são as vítimas Como a polícia investiga o caso Protestos O que diz o governador O que diz o sindicato dos trabalhadores O que diz a empresa onde os homens trabalhavam Quem são as vítimas Jackson, Ricardo e Patrick foram mortos em Salvador Arquivo Pessoal As vítimas foram identificadas como Ricardo Antônio da Silva Souza, de 44 anos, Jackson Santos Macedo, de 41 anos, e Patrick Vinícius dos Santos Horta, de 28 anos. Os três eram funcionários de uma empresa de fornecimento de internet. Os corpos de Ricardo Antônio e Jackson foram enterrados na quarta-feira (17), no Cemitério Bosque da Paz, em Nova Brasília. A cerimônia reuniu familiares, amigos e colegas de trabalho. Já Patrick será sepultado nesta quinta-feira (18), no Cemitério Vale da Saudade, no Caminho das Árvores. Como a polícia investiga o caso Em entrevista à TV Bahia, o secretário de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), Marcelo Werner, informou que determinou prioridade nas investigações. Ele classificou a ação como "bárbara" e "violenta", cometida de forma "covarde". "Posso garantir a vocês que nós não descansaremos até chegar aos responsáveis.(...) Esse crime não vai passar despercebido, não vai passar em vão", destacou Werner, em entrevista à TV Bahia. Uma das linhas de apuração é que os homens tenham sido "punidos" pelo fato da empresa para a qual trabalhavam não ter pago uma espécie de "pedágio" cobrado por traficantes para atuar no bairro. O carro usado por eles e os pertences ainda não foram achados. "A gente não descarta. Especialmente pelo que as pessoas vêm comentando nas redes sociais. Mas não que a gente tenha encontrado alguma evidência nesse sentido. Toda a informação que chega a gente tem por obrigação de esgotar, buscar a procedência, e confirmar ou não", afirmou a delegada Ligia Nunes de Sá, diretora do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), que apura o caso. Secretário diz que solucionar assassinatos de trabalhadores de internet é prioridade Reprodução/TV Bahia Apesar disso, em nota, a Planet Internet, empresa para qual as vítimas trabalhavam, informou que não recebeu qualquer pedido de resgate ou de pagamento para acesso de suas equipes à localidade em questão, e que tem colaborado com as autoridades. Durante entrevista, a delegada reforçou que não há registros policiais contra as vítimas - versão destaca por familiares, que estão inconformados. Ela pediu apoio da população com informações que possam ajudar a resolver o caso. "Aproveitando a oportunidade, eu gostaria de conclamar a população para que, havendo alguma informação a respeito desse crime, que ligue para o disque denúncia e ajude a gente a solucionar esse crime", disse. Informações sobre os autores podem ser enviadas, com total sigilo, através do telefone 181. A ligação é gratuita e o anonimato é garantido por lei. Protestos Familiares protestam após assassinatos de funcionários de empresa de internet Pelo menos dois protestos aconteceram na quarta-feira por causa do crime. O primeiro foi realizado pela manhã, após uma reunião que reuniu representantes das empresas prestadoras de serviço e representantes da Secretaria de Segurança Pública. Os manifestantes, que trabalham com a instalação de internet, percorreram de carro a Avenida Paralela, uma das principais de Salvador. O trânsito ficou lento na região. À noite, familiares das vítimas fizeram uma nova manifestação, após os sepultamentos de Jackson e Ricardo. O ato aconteceu na região da Rótula do Abacaxi, outro importante corredor viário da capital baiana. Com objetos em chamas, eles fecharam parte da via, causando um congestionamento. (Assista acima) O que diz o governador Em nota compartilhada nas redes sociais, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) classificou o crime como "brutal e inaceitável" e disse que ele fere a dignidade humana e o direito de viver e trabalhar em paz. "Determinei que a investigação seja conduzida com rigor para identificar e responsabilizar os autores, dentro da lei. Vamos seguir enfrentando a violência com firmeza e responsabilidade", escreveu. Por fim, o governador se solidarizou com os familiares das vítimas e disse que o compromisso é com a verdade e a justiça. "Que Deus conforte seus corações". O que diz o sindicato dos trabalhadores Trabalhadores fazem protesto contra morte de colegas em Salvador Em nota, o Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações da Bahia (Sinttel-Bahia) manifestou pesar e indignação diante do crime. “Perder a vida no exercício do trabalho, buscando levar conectividade à população é um fato inaceitável que fere não apenas a categoria, mas toda a sociedade baiana”, afirmou o presidente da entidade sindical, Joselito Ferreira, no posicionamento. A entidade também reforçou o encontro com a SSP-BA, apontando o pedido de uma investigação "célere, rigorosa e transparente" para identificar e punir os responsáveis pela violência. “O setor de telecomunicações é essencial, mas nenhum serviço vale mais que a vida. Continuaremos acompanhando de perto o desdobramento das investigações”, completou Ferreira. O Sinttel disse ainda que solicitará uma audiência pública com o Ministério Público do Trabalho (MPT) para discutir protocolos de proteção a serem implementados e seguidos pelas empresas. O que diz a empresa onde os homens trabalhavam Além de negar ter recebido pedido de resgate ou de pagamento para que a equipe tivesse acesso à região, e dizer que está colaborando com as autoridades, a Planet Internet informou que está consternada com o ocorrido e que vem prestando "todo o apoio necessário" às famílias dos funcionários. Jackson e Ricardo foram sepultados nesta quarta-feira Reprodução/TV Bahia LEIA TAMBÉM: Motorista por aplicativo é assassinado dentro de carro em Itabuna Suspeito de envolvimento em morte de influenciador digital é preso na Bahia; corpo da vítima foi encontrado com sinais de tortura Homem é preso suspeito de descumprir medida protetiva e ameaçar ex-companheira na Bahia Veja mais notícias do estado no g1 Bahia. Assista aos vídeos do g1 e TV Bahia 💻