Jards Macalé morre, aos 82 anos, no Rio de Janeiro
Morre, no Rio, aos 82 anos, o cantor e compositor Jards Macalé Morreu nesta segunda-feira (17), no Rio, aos 82 anos, o cantor e compositor Jards Macalé. Ele e...
Morre, no Rio, aos 82 anos, o cantor e compositor Jards Macalé Morreu nesta segunda-feira (17), no Rio, aos 82 anos, o cantor e compositor Jards Macalé. Ele estava internado havia duas semanas e morreu de insuficiência renal. Bom de música e ruim de bola. O apelido que carregou na vida veio da falta de talento nos campos: Macalé, referência a Tião Macalé, considerado um dos piores jogadores do Botafogo na infância do artista. "Eu pegava na bola, prendia e tal. Daí gritavam: ‘Passa a bola, Macalé, passa a bola, Macalé’. Aí queriam me gozar me chamando de Macalé”, contou Jards Macalé. A estreia profissional foi no espetáculo Opinião, ao lado de Nara Leão e Maria Bethânia. A música de Macalé era como ele: rebelde e bem-humorada. A carreira solo começou em 1969, no Festival da Canção com “Gotham City”. Nos anos 1970, foi para o exílio em Londres com Caetano Veloso, Gilberto Gil e Jorge Mautner. Lá fez a direção musical do álbum Transa, considerado um dos mais importantes da carreira de Caetano. Em 2023, participou da releitura do disco em um show. Na volta, o Brasil ainda vivia sob censura. Mesmo assim, ele organizou o show O Banquete dos Mendigos, uma homenagem à Declaração Universal dos Direitos Humanos. Jards Macalé rompeu as barreiras entre os estilos musicais. Teve formação clássica, mas fez mesmo música popular. Era capaz de ir do rock ao samba na mesma canção. Fez sucesso e foi gravado por alguns dos maiores intérpretes da música brasileira. Jards Macalé morre, aos 82 anos, no Rio de Janeiro Jornal Nacional/ Reprodução Em uma rede social, o presidente Lula disse que esteve com Jards na luta pela redemocratização e que ele sempre defendeu a valorização da cultura e transformou seu talento e sua arte em uma luta constante contra o autoritarismo. Muitos artistas também lamentaram a morte de Jards Macalé. Em uma rede social, Caetano disse que Macalé “foi o primeiro amigo carioca da música”. Maria Bethânia escreveu: “Meu amor, meu amigo, fará muita falta nesse mundo”. “Era um anti-herói, era um cara que gostava do caos, que gostava da coisa libertária, tinha uma cabeça aberta, moderna, tanto que ele estava sendo completamente revisto por essa garotada. Realmente uma pessoa muito importante dentro da música brasileira. Vai fazer falta”, afirma o cantor e compositor Frejat. "Então, o Jards estava o tempo inteiro nesse diálogo entre uma harmonia sofisticada, ligada à grande tradição da música e, ao mesmo tempo, muito conectado com esses artistas da cultura popular brasileira", diz Miguel Jost, professor da PUC-Rio. LEIA TAMBÉM Jards Macalé, autor de 'Vapor Barato' e outros sucessos, morre no Rio aos 82 anos