Nome de deputado Dal Barreto aparece em janela da Refit, e PF apura o motivo

Escritório da corrupção: esquema da Refit era descrito em janelas Uma imagem apreendida pela Polícia Federal (PF) na Operação Poço de Lobato e obtida pel...

Escritório da corrupção: esquema da Refit era descrito em janelas Uma imagem apreendida pela Polícia Federal (PF) na Operação Poço de Lobato e obtida pelo blog mostra o nome do deputado federal Dal Barreto (União-BA) escrito em uma das janelas do escritório da Refit, no Rio de Janeiro. A Refit, antiga Manguinhos, é uma das maiores devedoras de tributos da União e dos estados, e, segundo a Receita Federal, movimentou mais de R$ 70 bilhões em um ano por meio de estruturas empresariais próprias e offshores. A PF ainda não sabe por que o nome do parlamentar aparece na anotação. Nome de deputado Dal Barreto aparece em janela da Refit, e PF apura o motivo. Arquivo Pessoal A suspeita, por ora, é de que ele possa ter sido listado como possível concorrente comercial da empresa, e não como participante de qualquer atividade da refinaria. Dal é dono de posto de combustível no Nordeste, mercado em que Ricardo Magro, dono da Refit, tentava entrar. As anotações foram feitas em janelas de vidro no escritório da Cinelândia. O material inclui listas de pessoas, empresas, operações e referências como “mapeamento do Judiciário”, “mapeamento das Procuradorias estaduais”, “mapeamento do ministério” e “mapeamento dos portos” — parte de um levantamento interno feito pela Refit, segundo investigadores. Leia mais: Esquema da Refit: PF e Receita irão investigar anotações em janelas de escritório no RJ Anotações em janela de escritório do Grupo Refit mostram 'pendências'. Arquivo Pessoal Dal Barreto diz não ter envolvimento com a Refit Ao g1, Dal Barreto afirmou que não ter envolvimento com a Refit. “Eu não conheço ninguém que eu saiba que tem algum envolvimento com Refit. Nunca fiz nenhum negócio com essa empresa, até porque eles falaram em refinaria. Eu tenho um posto revendedor. Eu entendo que eles só podem vender para a distribuidora, para a distribuidora vender para a gente. Então, eu só compro combustível nas distribuidoras, quase sempre na Shell, porque tenho um contrato com a Shell. Não sei por que meu nome estava lá.” Ainda segundo o deputado: “Não sei se eles pretenderam, em algum momento, entrar em contato comigo, se alguém entendeu o meu nome, para que eles pudessem fazer algum tipo de negociação. Mas eu, pessoalmente, nunca tive nenhum contato com ninguém dessa empresa.” Dal Barreto também negou conhecer Ricardo Magro. Deputado foi alvo de outra operação da PF na Bahia Dal Barreto (União) é deputado federal pela Bahia Reprodução/Câmara dos Deputados O nome de Dal Barreto aparece anotado nas janelas do escritório da Refit, mas o deputado não foi alvo da Operação Poço de Lobato. Ele é investigado em outra frente: a sexta fase da Operação Overclean, deflagrada pela Polícia Federal na Bahia. Nessa ação, agentes apreenderam seu celular no Aeroporto Internacional de Salvador e cumpriram mandados em uma casa de luxo e em um posto de combustíveis ligados ao parlamentar, ambos em Amargosa, sua cidade natal. A Overclean mira uma organização criminosa suspeita de fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro. Além de ter sido interceptado no aeroporto, Dal Barreto também teve veículos de luxo apreendidos. O deputado, de 46 anos, declarou ao TSE possuir cerca de R$ 7,3 milhões em bens, incluindo terrenos, helicóptero, prédios comerciais, empresas e fazendas. Ele está no primeiro mandato como deputado federal e já foi deputado estadual e candidato à Prefeitura de Amargosa. O parlamentar nega envolvimento no esquema investigado pela Overclean e afirma não ter tido acesso ao inquérito, dizendo estar à disposição para prestar esclarecimentos.