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UnB torna Lélia Gonzalez doutora honoris causa e dá o nome da escritora e ativista ao Centro de Convivência Negra

Melina de Lima, neta de Lélia Gonzalez, fala sobre título dado pela UnB à avó A Universidade de Brasília (UnB) concedeu um título de honra póstumo à pro...

UnB torna Lélia Gonzalez doutora honoris causa e dá o nome da escritora e ativista ao Centro de Convivência Negra
UnB torna Lélia Gonzalez doutora honoris causa e dá o nome da escritora e ativista ao Centro de Convivência Negra (Foto: Reprodução)

Melina de Lima, neta de Lélia Gonzalez, fala sobre título dado pela UnB à avó A Universidade de Brasília (UnB) concedeu um título de honra póstumo à professora e ativista Lélia Gonzalez. Nascida em 1935, em Minas Gerais, Lélia foi uma mulher negra que lutou pela causa antirracista e feminista durante anos marcados pela repressão política e por intenso preconceito e conservadorismo. Ela morreu em julho de 1994, aos 59 anos. O título foi definido pelo Conselho Universitário da UnB, e a cerimônia foi realizada nesta quinta-feira (6) no auditório da associação de docentes da universidade. Lélia Gonzalez, em imagem de arquivo Alberto Jacob/Agência O Globo "Por ter se distinguido pelo saber ou pela atuação em prol das artes, das ciências, da filosofia, das letras ou do melhor entendimento entre os povos", diz a decisão. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias do DF em tempo real e de graça. O título foi recebido por Melina de Lima, neta de Lélia, cofundadora do projeto "Lélia Gonzalez Vive" e diretora de educação e cultura do Instituto Memorial Lélia Gonzalez. "É um momento de reconhecimento que algo que a gente já sabia que existia. Lélia Gonzalez viveu e lutou pela igualdade racial, pela igualdade de gênero, academicamente falando. Ela se especializou em várias áreas com maestria justamente para apontar a estruturação do racismo. E a gente fica muito feliz com esse reconhecimento da UnB", afirmou Melina ao g1 (veja vídeo acima). O titulo de "Doutora Honoris Causa post mortem" é concedido quando uma pessoa foi responsável por ações de grande impacto para uma causa e por sua atuação durante sua vida. Ao longo de sua vida, Lélia González prestou contribuições sociais, culturais, acadêmicas e políticas ao país, ressaltadas na decisão do Conselho Universitário. Especial GloboNews: O legado de Lélia Gonzalez Atuação de Lélia Lélia González se formou em licenciatura em História e Geografia e bacharelado e licenciatura em Filosofia, ambos pela Universidade do antigo Estado da Guanabara. Teve uma forte presença acadêmica, tendo sido professora universitária e pesquisadora em instituições como a Faculdade de Filosofia de Campo Grande, a Universidade Gama Filho, além de ter sido diretora da Faculdade de Comunicação e coordenadora do Departamento de Estudos e Pesquisas do Centro Cultural das Faculdades Integradas Estácio de Sá. Publicou capítulos de livros como "Racismo e sexismo na cultura brasileira", "A mulher negra na sociedade brasileira", "The Unified Black Movement: a New Stage in Black Political Mobilization", "The Black Woman in Brazil", "Griot" e "Guerreiro". Escreveu também artigos. Suas obras sempre abordaram a luta da mulher negra na sociedade. Como cita o prof. Luiz César de Sá Junior, a profa. Lélia Gonzalez foi: " [...] Figura do trabalho cotidiano de enfrentamento ao racismo, sobretudo nas periferias do capitalismo periférico, onde encontra um potencial crítico e afetivo cujo força hoje está mais que demonstrada. De fato, nem tudo são dores; Lélia González alçou o questionário da gente negra brasileira também à estética, a uma revolução cultural cuja condição de possibilidade reside no horizonte da paz." Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.